O que são Distribuições Linux
Distribuições Linux
Por Fábio dos Reis
O sistema operacional Linux é um sistema modular, o que significa que é composto por partes que se combinam entre si. A parte principal é o núcleo do sistema – chamado de Kernel – que deve ser completado por diversos outros componentes para que possamos tem um sistema operacional completo, tais como:
- Drivers de dispositivos
- Bibliotecas de software
- Interfaces
- Ferramentas e utilitários GNU
- Aplicativos de usuários
- Documentação
A versão do kernel do Linux mais recente, na época em que este artigo foi escrito (2016) é a versão 4.10.11, lançada em 18 de abril de 2017.
Damos o nome de “Distribuição” (ou, abreviadamente, “distro”) a um desses conjuntos de softwares, que inclui o kernel Linux e combinações variadas dessas categorias de componentes de software citados. Existem literalmente centenas de distribuições Linux em desenvolvimento atualmente (mais de 500 em 2016), e algumas delas são muito utilizadas e mais ativamente desenvolvidas do que outras.
As distribuições podem ser criadas para um uso específico, como por exemplo servir na construção de firewalls de rede ou roteadores, ou ainda para uso em servidores, desktops, dispositivos móveis e computação embarcada.
Praticamente, há distribuições Linux disponíveis para cada ramo da Computação e Tecnologia que você imaginar, desde pequenos dispositivos portáteis até supercomputadores (onde, inclusive, o Linux reina soberano entre os sistemas operacionais utilizados).
Algumas das distribuições são fornecidas por empresas e comercializadas (vendidas), enquanto outras são desenvolvidas por grupos de voluntários ou ainda por indivíduos isolados.
Um ótimo local para pesquisa sobre distribuições Linux e outros sistemas Unix é o site Distrowatch (http://www.distrowatch.com), o qual lista as distribuições mais importantes e populares, com muitas informações técnicas e notícias atualizadas diariamente.
Abaixo temos uma lista com algumas das distribuições mais populares atualmente (não necessariamente as melhores, nem em uma ordem particular):
- Ubuntu Linux
- Debian
- Red Hat
- Fedora
- Arch Linux
- openSUSE
- Kali Linux
- Manjaro
- CentOS
Cada uma dessas distribuições possui características que as tornam mais propícias para emprego em usos específicos. Algumas são empregadas em desktops (estações de trabalho), outras em servidores, algumas são usadas para realizar testes de segurança, outras para jogos, e assim por diante.
Muitos autores, pesquisadores e organizações (como a Linux Foundation) também incluem na lista de distribuições Linux o sistema operacional Android, que é construído sobre um kernel Linux, mais ferramentas e aplicativos específicos. Porém, há muitos que discordam dessa definição, mas o fato é que o Android utiliza o kernel do Linux, então, para todos os efeitos, o consideramos como uma distribuição também – sem dúvida a mais utilizada no mundo atualmente.
Tux: O mascote do Linux
O Linux possui um mascote oficial, criado em 1996 pelo próprio Torvalds, e batizado de “Tux”.
Trata-se de um pinguim usado para representar o sistema, de modo que sempre que você vir esse mascote em algum lugar, saberá que ali existe uma distribuição Linux presente. O nome Tux é uma contração de Torvald´sUniX. De acordo com o próprio Torvalds, ele escolheu um pinguim pois, ao realizar uma viagem à Austrália, foi bicado por um ao visitar um zoológico local, e ficou impressionado com o animal. A ilustração icônica (que você pode ver logo abaixo) foi desenhada por Larry Ewing, e disponibilizada para a comunidade Linux logo em seguida.
Interfaces
Uma interface é um software que permite a um usuário se comunicar com um sistema operacional, emitindo comandos e recebendo resultados na tela de um monitor ou dispositivo similar. É possível utilizar e gerenciar um sistema Linux utilizando duas categorias de interfaces distintas: interfaces de linha de comando (“shells”) ou interfaces gráficas.
As interfaces gráficas, ou GUI (Graphical User Interfaces) são mais utilizadas em sistemas Linux empregados em desktops, ou seja, em estações para usuários finais. Desta forma, um usuário pode interagir com o sistema por meio de objetos gráficos, tais como janelas, botões, menus e barras de ferramentas, de uma forma bem intuitiva e simplificada.
Há diversas interfaces gráficas diferentes disponíveis no Linux, conhecidas coletivamente como “Ambientes de Desktop”. As mais populares são as seguintes:
- GNOME
- KDE
- Unity
- Cinnamon
- MATE
- XFCE
- LXDE
É possível ter mais de uma dessas interfaces instaladas em um mesmo sistema, e o usuário pode optar por usar a que lhe for mais agradável ou funcional. Isso ocorre graças à natureza modular do Linux.
Já as interfaces de linha de comando (Command Line Interfaces), ou Shells, são interfaces que não possuem elementos gráficos, mas sim um ambiente textual no qual os usuários devem entrar com comandos ou executar scripts, que são arquivos de texto contendo coleções de comandos e códigos programados para realizar funções determinadas.
Esse tipo de interface é muito mais empregada em sistemas para servidores, pois a ausência de uma GUI torna o sistema mais leve, seguro e menos propenso a falhas que possam afetar o funcionamento do servidor e, consequentemente, prejudicar os usuários que acessam suas funções.
Há diversos shells disponíveis para Linux, e os quatro mais populares são:
- bash (Bourne Again Shell), que é uma versão melhorada do Shell Bourne original (shell original do Unix).
- zsh (Z Shell), um shell que incorpora características de vários outros shells, como por exemplo o Korn Shell.
- tcsh (TC Shell), versão melhorada do C Shell, o qual foi desenvolvido como parte do sistema operacional BSD Unix.
- dash (Debian Almqvist Shell), uma versão simplificada do bash que é usada por scripts de inicialização durante o processo de boot em algumas distribuições.
O shell mais comum é o shell bash, que é o padrão por exemplo nas distribuições Ubuntu, Fedora e Debian, e na maioria das distribuições modernas do Linux.
Também é possível executar comandos do Linux em um sistema que utilize uma interface gráfica, por meio do uso de uma aplicação do tipoEmulador de Terminal. Esse aplicativo abre uma janela, semelhante a um prompt de comandos, que emula (“simula”) um ambiente de console, que é o nome dado a um sistema Linux sem GUI.
Características do sistema operacional Linux
Vamos resumir algumas das principais características do sistema Linux a seguir:
- Baseado no conceito de distribuições (pacotes de software + kernel)
- Segue o padrão POSIX
- É um sistema de Código Aberto (Open Source)
- Altamente portável – pode ser executado em uma infinidade de plataformas, incluindo mainframes, servidores x86_64, supercomputadores, ARM e muitas outras.
- Suporte a múltiplos usuários
- Possui diversas opções de interfaces, tanto gráficas quanto em linha de comandos.
- Há uma vasta quantidade de softwares disponíveis, sendo a grande maioria software livre.
- Amplamente utilizado na criação de servidores, dos mais variados tipos.
O Linux é executado em 75% das Bolsas de Valores no mundo, faz funcionar os servidores onde estão hospedados sites como Amazon, Facebook, Twitter, e-Bay e Google; está presente em mais da metade dos smartphones fabricados, Smart TVs, mais de 98% de todos os supercomputadores existentes, roteadores de rede, servidores dos mais variados tipos e muitos outros dispositivos – é usado até em refrigeradores e automóveis inteligentes!
Literalmente, usamos o Linux toda vez que acessamos a Internet. O Linux está presente em toda parte.
Questões para revisão
1) Qual a relação entre os sistemas operacionais Unix, BSD e Linux?
2) O que é um kernel de sistema operacional?
3) Quando e onde foi desenvolvido o Linux?
4) O que é o Projeto GNU?
5) O que é Software Livre?
6) Descreva as principais interfaces de linha de comando disponíveis no Linux.
7) O que são distribuições Linux? Como são compostas?
8) O que é um Emulador de Terminal?
9) Como funciona a licença GPL?
10) Quais outros esquemas de licenciamento de software existem?
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