Como funciona um LED – Diodo Emissor de Luz
Como funciona um LED
Um LED (Light-Emitting Diode / Diodo Emissor de Luz) é um dispositivo semicondutor que emite luz em resposta à passagem de corrente elétrica. Trata-se de um componente eletrônico muito popular, amplamente empregado para sinalização em circuitos eletrônicos, por exemplo, para indicar se há energia aplicada a um equipamento ou se ele está ligado / desligado. Foi inventado em 1962, por Nick Holonyak, quando trabalhava na GE.
Existem LEDs de diversas cores, tais como azul, vermelho, verde, laranja, violeta, verde, âmbar, amarelo e outras. A cor da luz emitida é determinada, em princípio, pelos componentes químicos usados internamente e pelos seus dopantes.
Também existem LEDs que emitem luz não-visível, nos espectros infravermelho e ultravioleta.
Símbolo
A figura a seguir mostra os símbolos empregados para representar LEDs em diagramas esquemáticos.
Note que se trata do símbolo de um diodo comum, com duas setas apontando para fora do componente, indicando que se trata de um componente emissor de luz.
Aparência e Polaridade de LEDs
A figura a seguir mostra a aparência típica de um LED e sua polaridade:
O terminal maior sempre indica o terminal positivo do componente, que também possui um chanfro maior no corpo do componente.
O ângulo de visão de um LED padrão é de cerca de 60º, porém alguns LEDs possuem ângulo de visão mais estreito, podendo chegar a apenas 30º.
Aplicações de LEDs
Os LEDs possuem inúmeras aplicações, sendo algumas das mais comuns listadas a seguir:
- Mostrar o status de um dispositivo, em painéis de controle industriais, sistemas de áudio, carregadores de baterias, computadores, aparelhos de TV e outros eletrônicos de consumo
- Luzes automotivas, sinalização, placares, jogos;
- Iluminação decorativa (fitas de LED, etc);
- Aparelhos de controle remoto (LED infravermelho)
Vantagens do emprego de LEDs
Em relação a outros tipos de indicadores luminosos, como lâmpadas incandescentes, os LEDs possuem inúmeras vantagens, tais como:
- Consomem menos energia
- Possuem menor tamanho
- Tem maior tempo de vida (de 35000 a 50000 h/uso)
- Comutam mais rápido
- Estão disponíveis em diversas cores, sem a necessidade de filtros
- Operam com tensões menores
- Não se aquecem
- São mais robustos (invólucro de epoxy)
Funcionamento de um LED
Um LED é um tipo especial de diodo, contendo uma junção PN semicondutora, a qual conduz corrente apenas em uma direção.
O diodo se torna condutivo acima de uma tensão limite (threshold voltage) suficiente para forçar os elétrons na região tipo N a se combinarem com as lacunas da região tipo P. Sempre que isso ocorre, energia é liberada, criando um fóton, ou quantum de luz.
A quantidade de energia liberada depende da banda proibida (band gap), uma propriedade do material semicondutor empregado.
Essa energia determina o comprimento de onda e, assim, a cor da luz emitida.
O band gap também determina a tensão limite do LED. Por isso, LEDs de cores diferentes possuem tensões de limite bem diferentes entre si.
Tamanhos e Formatos
Os LEDs são fabricados em diversos tamanhos e formatos, sendo os mais comuns os tamanhos circulares T-1 (3mm de diâmetro) e o T1 ¾ (5mm de diâmetro).
Também existem LEDs de formato retangular, por exemplo, de 1mm x 5mm
Intensidade Luminosa de um LED
Geralmente a intensidade de luz de um LED é expressa em milicandelas (mcd). Uma candela equivale a 1000 mcd.
A candela mede o fluxo luminoso, ou potência radiante visível, contida em um ângulo de visualização, o qual é tipicamente de 60º (mas pode variar).
Um LED vermelho tipicamente emite 200 mcd de brilho.
Comprimento de Onda da Luz emitida – Cores
O comprimento de onda da luz é medido em nanômetros (nm), onde 1 nm equivale a 1/1000000000 m (um bilionésimo de metro), e está relacionado à cor de luz emitida pelo LED. A cor da luz vai depender do tipo de material químico utilizado em sua fabricação – não é a cor do invólucro plástico do componente que a determina.
O espectro da luz visível se estende de aproximadamente 380 nm a até 740 nm.
Comprimentos de onda mais curtos estão além da extremidade azul do espectro, e os mais longos, aquém da extremidade vermelha. Assim, quanto menor o comprimento de onda, maior a frequência (são inversamente proporcionais)
Um LED típico emite uma faixa bem estreita de comprimentos de onda, para cada cor.
Comprimentos de Onda Típicos em LEDs
A tabela a seguir mostra as faixas de valores de saída de pico, em nm (nanômetros), para os LEDs indicadores básicos comumente disponíveis:
Os materiais de fabricação mostrados na tabela são:
- GaAS – Arsenieto de Gálio
- GaAsP – Fosfoarsenieto de Gálio
- AlGaInP – Fosfeto de Índio, Gálio e Alumínio
- InGaN – Nitreto de Gálio e Índio
- ZnSe – Seleneto de Zinco
- BN – Nitreto de Boro
- AlGaN – Nitreto de Gálio e Alumínio
LEDs de cor Branca possuem tipicamente queda de tensão em cerca de 3,5 V, sendo fabricados com uma combinação de ZnSe + Fósforo.
LEDs multicoloridos
Os terminais de um indicador LED contendo dois um mais diodos podem ser configurados de várias maneiras:
1 – Dois terminais e duas cores (LED Bicolor): Dois diodos montados internamente em paralelo, com polaridades opostas.
2 – Três terminais e duas cores (LED Bicolor): os diodos compartilham um anodo ou catodo comum
3 – Quatro terminais e três cores (LED RGB): os diodos compartilham um anodo ou catodo comum para formar um LED Tricolor:
Especificações de LEDs
As especificações de um LED, encontradas em Datasheets, incluem, entre outras:
- Comprimento de onda da luz emitida
- Intensidade luminosa
- Tensão direta máxima
- Corrente direta máxima
- Tensão e corrente reversas máximas
- Valores de corrente e tensão para operação normal.
- Tamanho físico
É importante levar os valores em consideração para escolher o LED mais adequado a uma aplicação específica.
Tensão Direta
Abaixo temos alguns valores típicos de tensão direta requeridos por LEDs comuns de diversas cores:
Tamanho Físico
Os LEDs são fabricados em tamanhos variados, sendo que os dois tamanhos mais comuns são denominados T-1 e T-1 3/4. O tamanho T-1 possui 3 mm de diâmetro, ao passo que LEDs no tamanho T-1 3/4 possuem 5 mm de diâmetro.
Os LEDs também são encontrados em formado SMD, montados diretamente em uma placa de circuito impresso.
Resistor em Série
Geralmente um LED é usado em dispositivos onde a tensão DC excede a tensão direta máxima do LED, e por isso usamos um resistor em série para restringir a corrente que o atravessa, para evitar que se danifique.
Alguns LEDs indicadores possuem um resistor em série internamente com o diodo, o que dispensa o uso do resistor externo
Valor do Resistor em Série
Podemos calcular, de forma aproximada, um valor para a resistência limitadora de corrente para um LED usando a fórmula a seguir:
R = (Vcc – Vf) / I
Onde:
- R é o valor do resistor a calcular, em ohms
- Vcc é a tensão de alimentação, em volts
- Vf é a tensão direta especificada para o LED (f = forward), em volts
- I é a corrente desejada, em ampères.
Exemplo de cálculo de resistor em série para LED
Suponha um LED que possui tensão direta de 1,8 V e opera com uma corrente de 20 mA. Este LED será ligado a uma fonte de alimentação de 5V. Calcule o valor do resistor de limitação de corrente.
Resolução:
R = (Vcc – Vf) / I
R = (5 – 1,8) / 0,02 = 160 Ω
Esse resistor deve dissipar uma potência de 3,2 V x 20 mA = 64 mW.
Obs.: 3,2 V é a queda de tensão no resistor (5 – 1,8)
Tabela de Intensidades Luminosas de LEDs
Na tabela abaixo temos as intensidades luminosas típicas para os modelos mais comuns de LEDs, com suas respectivas correntes de operação:
Esses valores podem variar dependendo do modelo de LED, mesmo para uma dada cor.
Outros formatos de LEDs
Podemos encontrar LEDs em diversos formatos e arranjos, como por exemplo:
- LED bargraph (Barra de LEDS)
- Matriz de LEDs
- Displays de 7 segmentos
Existem também LEDs de alta potência, usados em iluminação de ambientes, e OLEDs (Organic LEDs), feitos com polímeros.
Estudaremos esses arranjos de LEDs nos próximos tutoriais.
Associação de LEDs: Série e Paralelo
Podemos associar LEDs em série ou em paralelo, caso precisemos acionar vários LEDs simultaneamente ou individualmente, usando a mesma fonte de tensão.
Associando LEDs em Série
Em uma associação em série de LEDs usamos apenas um resistor limitador de corrente (R1). O valor do resistor R1 é dado por:
Associando LEDs em Paralelo
Em uma associação de LEDs em paralelo, cada LED deve ter seu próprio resistor limitador de corrente, calculado individualmente.
Gostaria de assistir a uma explicação sobre o tema abordado? Então assista a nosso vídeo sobre LEDs do canal da Bóson Treinamentos em Tecnologia:
É isso aí!
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