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O que é Machine Learning – Uma introdução ao Aprendizado de Máquina

Introdução ao Machine Learning

O que é Machine Learning: Uma breve apresentação

Machine Learning (ML), ou Aprendizado de Máquina em português, é um subcampo da inteligência artificial (IA) que se ocupa da construção de algoritmos e modelos estatísticos que podem executar tarefas específicas sem receber instrução explícita. Para tal emprega grandes quantidades de dados e usa algoritmos matemáticos sofisticados para aprender padrões e relacionamentos nos dados e, em seguida, fazer previsões ou tomar decisões com base nesses padrões.

O aprendizado de máquina é baseado na ideia de que as máquinas podem aprender com os dados, em vez de serem sempre explicitamente programadas. É usado para fazer previsões sobre eventos futuros, classificar dados em diferentes categorias, detectar anomalias ou outliers e executar muitas outras tarefas que estão além das capacidades dos sistemas tradicionais baseados em regras pré-programadas.

Chamamos de modelo a um programa ou algoritmo de ML que analisa montanhas de dados e descobre padrões ou realiza previsões com base nesses dados.

Outro conceito importante em ML é o conceito de dados de treinamento, que são os dados empregados para treinar um algoritmo ou modelo de aprendizado de máquina para prever o resultado que se deseja que o modelo preveja.

Trata-se de um conjunto de dados extremamente grande que é usado para ensinar um modelo de aprendizado de máquina.

Aplicações do Machine Learning

Para que serve o Machine Learning? O aprendizado de máquina é amplamente utilizado em muitos setores e tem uma ampla gama de aplicações no mundo real. Algumas das aplicações mais comuns são:

Essas são algumas das muitas aplicações do mundo real do aprendizado de máquina, e o campo continua a evoluir e se expandir rapidamente.

Cidade futurista controlada por algoritmos de Machine Learning
Imagem gerada por IA com Stable Diffusion.

Tipos de Aprendizado de Máquina

Existem três principais tipos principais de aprendizado de máquina: aprendizado supervisionado, aprendizado não supervisionado e aprendizado por reforço.  Falemos sucintamente sobre cada um deles.

Aprendizado Supervisionado (Supervised Learning)

Aprendizado supervisionado é um forma de aprendizado de máquina em que o modelo é treinado usando dados rotulados, com o objetivo de fazer previsões sobre dados futuros não conhecidos. No aprendizado supervisionado, o modelo aprende a mapear entradas para saídas com base em exemplos de dados de treinamento.

O processo de aprendizado supervisionado geralmente envolve as seguintes etapas:

Aprendizado não supervisionado (Unsupervised Learning)

O aprendizado não supervisionado é uma técnica que envolve encontrar padrões ou relacionamentos em dados sem o uso de rótulos ou valores de saída pré-existentes. Ao contrário do aprendizado supervisionado, o objetivo do aprendizado não supervisionado não é prever um valor de saída, mas sim encontrar alguma estrutura ou padrão nos dados.

Existem três técnicas principais usadas no aprendizado não supervisionado: clustering (agrupamento), redução de dimensionalidade e detecção de anomalias.

Em conclusão, o aprendizado não supervisionado é uma ferramenta poderosa para encontrar padrões e relacionamentos nos dados. As técnicas de agrupamento, redução de dimensionalidade e detecção de anomalias são componentes importantes do aprendizado não supervisionado e são usadas em uma ampla gama de aplicações do mundo real.

Aprendizado semi-supervisionado

O aprendizado semi-supervisionado é uma abordagem de aprendizado de máquina que combina os pontos fortes do aprendizado supervisionado e não supervisionado.

O aprendizado semi-supervisionado, como o nome sugere, usa uma mistura de dados rotulados e não rotulados para treinar o modelo. A ideia é aproveitar a grande quantidade de dados não rotulados disponíveis para melhorar o desempenho do modelo, enquanto ainda faz uso dos dados rotulados para orientar o processo de aprendizado.

Dessa forma, podemos obter melhor desempenho em comparação com o aprendizado puramente supervisionado ou não supervisionado, especialmente quando os dados rotulados são escassos. Alguns algoritmos comuns de aprendizado semi-supervisionado incluem métodos baseados em grafos, modelos generativos e autotreinamento.

Veículos Autônomos – Uma das aplicações do Machine Learning mais interessantes

Aprendizagem por reforço (Reinforcement Learning)

O aprendizado por reforço é uma forma de aprendizado de máquina que se concentra em como um agente (por exemplo, um robô, um aplicativo de software ou um carro autônomo) pode aprender a tomar decisões em um ambiente executando ações e recebendo recompensas. Os conceitos de recompensa, estado, ação e política são fundamentais para entender o aprendizado por reforço.

No aprendizado por reforço, o agente aprende por tentativa e erro, ajustando continuamente sua política com base nas recompensas que recebe. Ao longo do tempo, a política do agente converge para uma política ótima que maximiza a recompensa cumulativa.

O desafio no aprendizado por reforço é encontrar uma maneira eficaz e eficiente de aprender a política ótima, pois o agente deve tomar decisões com base em informações incompletas e enfrentar incertezas no ambiente.

O aprendizado por reforço possui muitas aplicações do mundo real, algumas das quais são:

Algoritmos para Machine Learning

Existem diversos algoritmos empregados em aprendizado de máquina, incluindo regressão linear, regressão logística, árvores de decisão, florestas aleatórias e redes neurais. Um dos mais populares á a Regressão Linear – falemos sobre esse algoritmo brevemente, como exemplo, pois a análise dos algoritmos específicos é um assunto mais avançado – e que trataremos em outros artigos.

Exemplo de algoritmo: Regressão Linear

A regressão linear é um método estatístico para modelar a relação entre uma variável dependente e uma ou mais variáveis independentes. É uma das técnicas mais fundamentais em aprendizado de máquina e é amplamente usada tanto para regressão (prevendo uma saída contínua) quanto para classificação (prevendo uma saída categórica).

Na regressão linear, o objetivo é encontrar a linha de melhor ajuste que descreve a relação entre as variáveis independentes e dependentes. A linha de melhor ajuste é representada pela equação de uma linha, onde os coeficientes representam os pesos atribuídos a cada variável independente, e o intercepto representa o viés.

Para determinar a linha de melhor ajuste, o algoritmo usa uma função de perda, que mede a diferença entre os valores reais e os valores previstos. O algoritmo ajusta os coeficientes e o intercepto até que a perda seja minimizada, resultando na melhor linha de melhor ajuste.

Uma vez determinada a linha de melhor ajuste, ela pode ser usada para fazer previsões para novos pontos de dados, inserindo os valores das variáveis independentes. A previsão é simplesmente o produto escalar das variáveis independentes e dos coeficientes, mais o termo de viés.

A regressão linear é, portanto,  um método simples e eficiente para modelar relacionamentos lineares, mas limita-se apenas a modelar relacionamentos lineares e pode não funcionar bem com relacionamentos mais complexos.

Ferramentas e bibliotecas para Machine Learning

Como usar na prática o machine learning para construir uma aplicação? Existem inúmeras ferramentas e bibliotecas disponíveis para trabalho com machine learning, tanto proprietárias quanto de código aberto. Abaixo listo algumas das ferramentas mais populares disponíveis nas linguagens Python e R para aprendizado de máquina – outras linguagens também possuem suas bibliotecas especificas para esse campo.

Machine Learning em Python

Em Python, algumas ferramentas e bibliotecas populares de aprendizado de máquina incluem:

Note que algumas delas não são exclusivas apenas para uso em machine learning, como as bibliotecas NumPy e Pandas, mas são amplamente empregadas para esse fim.

Machine Learning em Linguagem R

Já em R, algumas ferramentas e bibliotecas populares de aprendizado de máquina incluem:

Resumindo

Em resumo, o aprendizado de máquina é uma ferramenta poderosa que permite que os computadores aprendam e melhorem com a experiência sem serem explicitamente programados. É um subconjunto de inteligência artificial que fornece às máquinas a capacidade de aprender e melhorar automaticamente a partir dos dados.

O aprendizado de máquina funciona usando algoritmos e modelos estatísticos para analisar dados, identificar padrões e fazer previsões. Ele permite que os computadores se adaptem automaticamente a novos dados e façam previsões mais precisas ao longo do tempo.

Existem três tipos principais de aprendizado de máquina: aprendizado supervisionado, aprendizado não supervisionado e aprendizado por reforço.

O aprendizado de máquina é usado em uma ampla gama de aplicações, desde reconhecimento de imagem e processamento de linguagem natural até detecção de fraudes e carros autônomos. À medida que a quantidade de dados disponíveis continua a crescer, as possibilidades de aprendizado de máquina são infinitas.

Conclusão

Em conclusão, o aprendizado de máquina é um campo poderoso e em rápida evolução da inteligência artificial que tem o potencial de revolucionar a maneira como abordamos a análise de dados e a tomada de decisões.

Suas aplicações são vastas e variadas, desde reconhecimento de imagem e fala até processamento de linguagem natural, análise preditiva e muito mais. À medida que continuamos a gerar grandes quantidades de dados no mundo digital de hoje, algoritmos e técnicas de aprendizado de máquina estão se tornando cada vez mais importantes para extrair insights e criar valor a partir desses dados.

Embora possa ser um assunto complexo e técnico, há muitos recursos disponíveis para ajudar as pessoas a começar a aprender os fundamentos do aprendizado de máquina. Muitos desses recursos serão explicados com detalhes aqui no blog da Bóson Treinamentos e em nosso canal do YouTube homônimo.

À medida que avançamos, fica claro que o aprendizado de máquina continuará a desempenhar um papel significativo na formação do futuro da tecnologia e na maneira como interagimos com os dados.

 

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