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10 Distribuições Linux utilizadas pela Bóson Treinamentos

Distribuições Linux da Bóson - Fábio dos Reis

10 Distribuições Linux utilizadas pela Bóson Treinamentos

Você provavelmente sabe que o Linux em si é o kernel (núcleo) do sistema operacional. Uma distribuição Linux é um conjunto de softwares composto por um kernel Linux combinado com outros softwares, como aplicativos, utilitários, interfaces gráfica e de linha de comandos, bibliotecas, drivers e muitos outros pacotes de software. Quando dizemos “vamos instalar o Linux xyz” o que queremos dizer na verdade é “vamos instalar a distribuição Linux xyz”. E há muitas distribuições disponíveis atualmente – são literalmente centenas delas.

Neste artigo vou apresentar 10 das distribuições que utilizamos aqui na Bóson Treinamentos e que eu também utilizo em outros locais onde trabalho atualmente. Elas estão listadas a seguir, sem nenhuma ordem em especial. Vamos a elas:

1. Linux Debian

O Debian é uma distribuição composta inteiramente de software livre e open-source, empacotados e distribuídos pelo Projeto Debian. A grande maioria desse software está sob a licença GNU GPL (General Public License), e o sistema foi disponibilizado pela primeira vez em 1993, tendo sido criado por Ian Murdock. Seu primeiro release estável surgiu em 1996.

Trata-se de uma distribuição bastante estável, que possui três versões: unstable, stable e testing. A versão unstable possui novos pacotes adicionados ao sistema, ou pacotes que foram corrigidos, e que são copiados para a versão testing se após um certo período de tempo não apresentarem problemas. Após testado por outro período de tempo, o conteúdo de testing pode ser lançado como versão stable (estável – finalizada e pronta para uso). O tempo decorrido entre lançamentos das versões stable costuma ser bem maior do que o lançamento de versões de outras distribuições.

O Debian costuma ser utilizado como base para outras distribuições, sendo as mais notáveis o Ubuntu Linux e Linux Mint.

Esse é o sistema que mais tenho utilizado, principalmente por ser a distribuição de escolha nos cursos que ministro nas escolas onde trabalho.

2. Ubuntu Linux

O Ubuntu Linux é uma das distribuições derivadas do Debian mais populares, fornecida pela empresa britânica Canonical Ltd, que foi fundada pelo empreendedor sul-africano Mark Shuttleworth, famoso por ter fundado e vendido anteriormente a empresa de segurança Thawte para a Verisign.

O objetivo do projeto Ubuntu Linux é oferecer uma distribuição Linux atual, simples de utilizar, com uma grande variedade de pacotes, que é atualizada em intervalos de tempo bem menores do que o Debian em si. O Ubuntu está disponível para diversas arquiteturas, como Intel 32 e 64 bits, ARM e PowerPC.

O Ubuntu Linux é provavelmente a distribuição Linux mais conhecida de todas, e  a de maior sucesso e aceitação em desktops, possuindo seus próprios repositórios de software, que contam com mais de 56 mil pacotes disponíveis para download e instalação. O Ubuntu utilizava antigamente o ambiente gráfico GNOME, mas a partir da versão 11.04 passou a utilizar seu próprio ambiente de desktop, o Unity. Além disso, o Ubuntu possui diversas versões disponíveis, como por exemplo as versões Server, Cloud, Desktop e até mesmo o Snappy Ubuntu Core, para IoT (Internet of Things / Internet das Coisas).

O Ubuntu traz atualizações de versão a cada seis meses, normalmente em abril e em outubro, e a cada dois anos uma versão LTS (Long Term Support) é lançada, possuindo suporte garantido por 5 anos – essa é a versão do Ubuntu que recomendamos para ser utilizada nas empresas.

Aqui na Bóson Treinamentos usamos extensivamente o Ubuntu Linux, e inclusive temos uma grande lista de vídeos sobre o Ubuntu em nosso canal do YouTube, com cerca de 75 vídeos disponíveis (em 08/2015).

A palavra “Ubuntu” vem do idioma Zulu e significa aproximadamente “Humanidade para Todos”.

3. openSUSE

O Linux openSUSE é criado e gerenciado por uma comunidade de desenvolvedores patrocinada pela SUSE e outras empresas, tendo sido criado pela Novell em 2005. Trata-se de uma distribuição completa, contendo inúmeros pacotes de software de alta qualidade, e trazendo como diferenciais a facilidade de configuração de diversas ferramentas de servidor e o uso do gerenciador YaST, que permite que os administradores de sistemas instalem e removam softwares, configurem o hardware de servidores e estações de trabalho, configurem a rede e segurança, entre muitas outras funções.

O grande foco do desenvolvimento do openSUSE é a criação de ferramentas open-source para administradores de sistemas (e também para desenvolvedores), e um ambiente de servidor com muitos recursos disponíveis.

Sua interface padrão é o KDE Plasma Desktop, mas também possui diversos outros ambientes de desktop disponíveis, como o Xfce, GNOME e outros.

4. Red Hat Enterprise Linux (RHEL)

O Linux Red Hat Entrerprise Linux é uma distribuição Linux comercial (“paga”) projetada para uso em servidores e em workstations, na construção de data centers e serviços de nuvem e clusters. Trata-se de uma plataforma estável, com suporte de longo período, desenvolvida e comercializada pela empresa Red Hat, Inc.

O Red Hat pode rodar em inúmeras arquiteturas diferentes, como x86 e x86-64 (32 e 64 bits), IBM System z e s/390 (mainframes). É a maior companhia baseada inteiramente em Linux do planeta, com um valor de mercado que supera os 15 bilhões de dólares hoje – um tremendo sucesso!

A empresa trabalha com um ciclo de vida de cerca de 10 anos para o RHEL, durante o qual é possível obter suporte e atualizações de softwares e drivers de dispositivos. Para isso, é necessário adquirir uma licença de uso do software; porém, o núcleo de software do sistema é livre e de código aberto. Desta forma, podemos rodar um sistema quase tão completo quanto o Red Hat na forma de Linux CentOS, que é baseado no RHEL porém de uso e distribuição livres.

Vários servidores no Data Center da empresa onde trabalho em horário comercial rodam o Red Hat Enterprise Linux.

5. Linux Mint

O Linux Mint é uma distribuição muito popular baseada no Debian e no Ubuntu Linux, com foco na experiência do usuário de sistemas desktop, trazendo uma experiência imediata ao incluir suporte a multimídia, plug-ins para navegadores, muitos codecs de áudio e vídeo, tocadores de CD e DVD, suporte a Java e Flash e muitos outros pacotes, além dos tradicionais softwares GIMP (edição de imagem) e LibreOffice (pacote de escritório). Também estão disponíveis pacotes proprietários que não são incluídos por padrão no Ubuntu Linux.

O Linux Mint utiliza os repositórios do Ubuntu, mas traz um ambiente de desktop diferente – na verdade, você pode escolher o ambiente de desktop a utilizar ao baixar a distribuição. Estão disponíveis versões com Cinnamon e MATE, inclusive com a possibilidade de baixar versões sem os codecs que devem ser baixadas em países onde a legislação preveja a necessidade de aquisição de licenças para esses softwares. A versão mais atual na data de criação desse artigo é o Linux Mint 17.2 de codinome “Rafaela”.

O sistema é realmente fácil de usar, e temos em casa um notebook com o Mint instalado, que minha esposa utiliza no dia-a-dia sem encontrar maiores dificuldades.

6. Fedora

O Linux Fedora é uma distribuição cujo foco é o software livre e de código aberto, contendo frequentemente as versões mais recentes dos pacotes de software disponíveis. É desenvolvido e suportado pela Comunidade do Projeto Fedora, e patrocinado pela gigante Red Hat.

O Fedora vem com o ambiente de desktop GNOME 3 por padrão, sendo possível utilizar outros desktops se você assim o quiser. O sistema é patrocinado pela Red Hat, Inc., e é usado como fundação para o projeto Red Hat Enterprise Linux (RHEL) – muitos dos novos pacotes e últimas versões de diversas e novas tecnologias são primeiramente testadas no Fedora, para somente então serem incluídas no RHEL. Por conta disso, o suporte oferecido às distros Fedora não é muito longo. A versão mais atual é a versão Fedora 22, que analisamos aqui no site da Bóson.

O próprio criador do Linux, Linus Torvalds, utiliza o Linux Fedora em seus computadores, de acordo com uma entrevista concedida à revista Linux Format.

7. IPFire

O Linux IPFire é uma distribuição Linux desenvolvida na Alemanha cujo objetivo é a construção de firewalls e roteadores, sendo gerenciada por uma interface Web. Com essa distribuição podemos facilmente criar também um servidor SOHO (Small Office, Home Office) executando serviços como DNS, DHCP, Proxy (Squid), VPN, IPSec, Wake-On-LAN e muitos outros. Também permite configurar e gerenciar redes wireless e DMZ (zona desmilitarizada).

Trata-se de uma alternativa simples e altamente funcional a sistemas como o pfSense, e costumo criar servidores para controle de acesso à Internet e Firewall em diversos clientes corporativos com o IPFire, que hoje está na versão 2.15.

8. CentOS

A distribuição CentOS é uma distro 100% livre derivada completamente do Red Hat Enterprise Linux, que provê compatibilidade binária com o sistema da Red Hat. É uma das distribuições Linux mais utilizadas para suportar Web Servers – na verdade, o próprio site da Bóson Treinamentos está hospedado em um servidor CentOS.

Lançado em 2004, o projeto CentOS se uniu à Red Hat em janeiro de 2014 – porém ainda se mantendo independente. Como já citamos anteriormente, o RHEL está disponível por meio de uma assinatura (paga) que fornece acesso às atualizações de software e suporte técnico, e essa distribuição é composta quase que inteiramente por software livre e o código-fonte desse software é disponibilizado publicamente pela Red Hat. Então, a equipe de desenvolvedores do CentOS utiliza esse código-fonte da Red Hat, empacotando-o e criando a distribuição CentOS, com um nome e logo diferentes dos da Red Hat, por conta dos direitos de uso da marca.

A versão mais atual do CentOS é a 7.1.

9. Slackware

A distribuição Linux Slackware é a distro mais antiga ainda em desenvolvimento. Criada em 1993 por Patrick Volkerding, foi baseada numa distribuição (não mais existente) chamada Softlanding Linux System.

Trata-se de uma distribuição icônica, que possui muitos seguidores – quase fãs – devido à forma como é instalada e gerenciada. No geral, trabalhar com Slackware requer conhecimentos técnicos bem mais avançados do que com qualquer das outras distribuições que listamos aqui.

Usamos o Linux Slackware aqui na Bóson primariamente para realizar alguns testes de software e demonstrações; temos alguns vídeos sobre o assunto em nosso canal do YouTube também

10 Kali Linux

O Kali Linux, que antigamente se chamava Backtrack, é uma distribuição muito importante em nossa lista, por se tratar de uma distro baseada em Debian que traz uma grande coleção de ferramentas forenses e de segurança.

O Kali, ao ser instalado, já vem com cerca de 600 ferramentas distintas, que podem ser usadas em tarefas variadas relacionadas à segurança digital, como análise forense, testes de penetração (pentest), quebra de senhas, escaneamento de redes e muito mais.

Algumas das ferramentas mais populares contidas no Kali Linux incluem:

E muitas outras.

A lista completa de ferramentas presentes no Kali Linux pode ser acessada aqui.

Essas dez distribuições são as que eu mais utilizo aqui na Bóson Treinamentos e também nas empresas onde trabalho, mas não são as únicas – uso diversas outras em contextos específicos e testo inúmeras distros constantemente.

Nem só de Linux vive a Bóson Treinamentos. Usamos também muitos outros sistemas que não são distribuições Linux em nossos trabalhos no dia-a-dia, como diversos BSDs, OS X, Solaris e outros. Vamos falar sobre esses sistemas em um próximo artigo.

Até lá!

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